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Contas Públicas Apresentam Déficit de R$ 21,4 Bilhões em Agosto, Atingindo 78,5% do PIB

alta dos juros no Brasil em 2024.

As contas públicas brasileiras encerraram o mês de agosto com um déficit primário de R$ 21,4 bilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O resultado, embora negativo, representa uma leve melhora em comparação ao déficit de R$ 22,8 bilhões registrado no mesmo período de 2023. Esse indicador, que exclui os juros da dívida pública, demonstra a diferença entre as receitas e as despesas do setor público consolidado, incluindo União, estados, municípios e empresas estatais.

O desempenho negativo de agosto foi fortemente influenciado pelas contas do governo federal, que sozinha registrou um déficit de R$ 22,3 bilhões. Em contraste, estados, municípios e empresas estatais apresentaram saldos positivos, contribuindo com superávits de R$ 435 milhões e R$ 469 milhões, respectivamente. Essa compensação, no entanto, não foi suficiente para equilibrar as contas públicas do país.

Acumulação de Déficit em 2024

No acumulado dos primeiros oito meses de 2024, o setor público consolidado já registra um déficit primário de R$ 86,2 bilhões, o que corresponde a 1,14% do Produto Interno Bruto (PIB). Este valor é superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando o déficit atingiu R$ 79 bilhões, equivalente a 1,11% do PIB. O aumento no rombo fiscal evidencia a dificuldade em equilibrar as contas diante das pressões orçamentárias e da queda nas receitas em diversos setores.

A meta fiscal estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2024 prevê um déficit máximo de R$ 13,31 bilhões para o setor público consolidado. Contudo, o novo arcabouço fiscal permite uma margem de tolerância de até 0,25 ponto percentual do PIB, o que eleva o limite aceitável para R$ 42,07 bilhões sem que a meta seja formalmente descumprida.

Pressões e Desafios Fiscais

O aumento do déficit fiscal ao longo do ano levanta preocupações sobre a sustentabilidade das contas públicas brasileiras, em especial em um contexto de juros elevados e crescimento econômico tímido. A necessidade de equilibrar o orçamento será um dos maiores desafios para o governo nos próximos meses, que deve buscar medidas de contenção de gastos e estímulo à arrecadação para cumprir as metas fiscais estabelecidas.

A continuidade de déficits fiscais pode pressionar ainda mais a dívida pública, que já atinge 78,5% do PIB, aumentando o custo de financiamento do governo e limitando o espaço para investimentos em áreas prioritárias como saúde, educação e infraestrutura.

Diante deste cenário, a atenção do mercado e da sociedade civil se volta para as medidas que serão adotadas pelo governo para conter o avanço do déficit e garantir a sustentabilidade fiscal no longo prazo.

Banco Central Eleva Projeção de Juros para 2024: Selic Pode Chegar a 11,75%

O Banco Central ajustou para cima a projeção da taxa básica de juros, a Selic, para o final de 2024. De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta semana, a nova expectativa é que a Selic alcance 11,75%, ante a projeção anterior de 11,50%. O ajuste reflete as expectativas de economistas do mercado financeiro, que revisaram suas previsões diante de um cenário de aumento contínuo dos juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano, após um incremento de 0,25 ponto percentual, o primeiro sob o novo governo. A expectativa é de que o Copom adote uma postura mais agressiva nas próximas reuniões, com dois aumentos consecutivos de 0,50 ponto percentual, em novembro e dezembro, encerrando 2024 com a taxa de 11,75%.

Mudança nas Projeções

As novas previsões mostram um cenário de aperto monetário mais intenso do que o anteriormente esperado, que indicava um aumento de 0,50 ponto percentual em novembro e apenas 0,25 ponto em dezembro. Para 2025, embora os analistas ainda apostem em uma queda dos juros, a previsão de redução foi revista. A nova estimativa indica que a Selic deve recuar para 10,75% ao ano, uma queda menos acentuada do que a projetada anteriormente.

Esse movimento de elevação dos juros tem como principal objetivo controlar a inflação, que, embora estabilizada nas projeções, ainda se encontra acima da meta central de 3%, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O Boletim Focus manteve a expectativa de inflação para 2024 em 4,37%, dentro da margem de tolerância, que varia de 1,5% a 4,5%.

Impactos Econômicos

Apesar do aumento nos juros, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024 permanece em 3%, sugerindo otimismo em relação à recuperação econômica. A manutenção desse índice indica que os economistas acreditam em uma retomada do crescimento, mesmo com o cenário de juros mais elevados. No entanto, o impacto sobre o crédito e o consumo pode ser mais severo, com o encarecimento do financiamento para empresas e consumidores.

Outro ponto de destaque é a estabilidade na previsão da taxa de câmbio. O Boletim Focus mantém a estimativa de que o dólar encerre 2024 em R$ 5,40, indicando pouca volatilidade no mercado cambial, mesmo diante das incertezas internas e externas.

Desafios Futuros

A trajetória de aumento dos juros coloca desafios significativos para o governo e o Banco Central no controle da inflação e no estímulo ao crescimento econômico. Com os juros mais altos, a atividade econômica pode desacelerar, impactando setores como a indústria e o comércio, que dependem de financiamento. Além disso, o aumento da Selic também eleva o custo da dívida pública, dificultando o equilíbrio fiscal.

À medida que o governo se esforça para alcançar suas metas fiscais e garantir a estabilidade macroeconômica, a dinâmica dos juros e da inflação será monitorada de perto, com ajustes futuros dependendo de variáveis como o desempenho da economia global, o comportamento dos preços e as decisões de política monetária em outras partes do mundo.

Otávio Elias

Especialista em Investimento – CEA Fundador do site Team Strategy programador por hobby e investidor por paixão. Formado em Sistemas de Informação e atualmente cursando Ciências Econômicas.

Otávio Elias

Especialista em Investimento - CEA Fundador do site Team Strategy, programador por hobby e investidor por paixão. Formado em Sistemas de Informação e atualmente cursando Ciências Econômicas.