A Disney+, uma das maiores plataformas de streaming do mundo, está seguindo os passos de sua concorrente Netflix ao lançar um programa para restringir o compartilhamento de contas entre usuários que não vivem na mesma casa. A nova política busca conter o uso não autorizado das assinaturas e aumentar a rentabilidade do serviço, que tem enfrentado desafios financeiros significativos.

Programa de Compartilhamento Pago

Agora, assinantes do Disney+ que compartilham suas contas com pessoas que não moram na mesma casa terão a opção de adicionar um “membro extra” mediante uma taxa adicional. Nos EUA, essa cobrança será de US$ 6,99 (aproximadamente R$ 38) para o plano básico, enquanto no plano premium o valor será de US$ 9,99 (cerca de R$ 54,75). Cada conta poderá ter apenas um “membro extra” registrado. Essa política visa incentivar os usuários a fazerem uma assinatura própria ou, no mínimo, a pagar por essa função extra.

A plataforma vai determinar o que considera o “núcleo familiar” de um usuário utilizando informações como o padrão de uso da conta, os dispositivos conectados e a rede de internet utilizada. Caso seja identificado o acesso de localizações distintas, o serviço poderá solicitar uma senha temporária para verificar se o acesso é de uma pessoa fora desse núcleo ou se o assinante está apenas em viagem.

Impacto Global e Expectativa no Brasil

Atualmente, essa ação está sendo adotada em diversas localidades, como os Estados Unidos, Canadá, Costa Rica, Guatemala, Europa e região da Ásia-Pacífico. Embora esteja se expandindo globalmente, a Disney comunicou que, até o momento, não há uma data definida para a aplicação dessa política no Brasil.

Assim, por enquanto, os brasileiros podem seguir compartilhando suas contas sem a obrigação de arcar com custos extras.

Aumento dos Preços em Outubro

Além do novo programa de compartilhamento pago, a Disney+ também está programando um aumento nos preços de suas assinaturas a partir de outubro de 2024. Esse reajuste afetará a maioria dos planos da plataforma, em um momento em que várias produções aguardadas, como Agatha Para Sempre e Divertida Mente 2, estrearão. O aumento de preço já é uma tendência entre os serviços de streaming, que estão ajustando suas tarifas em resposta ao aumento de custos e à necessidade de manter a lucratividade.

Seguindo os Passos da Netflix

A estratégia da Disney+ é parecida com a que a Netflix utilizou, que começou a restringir o compartilhamento de senhas no ano passado. Mesmo após a adoção dessa política, a Netflix notou que a taxa de cancelamentos de contas se manteve baixa, indicando que os usuários se adaptaram às novas diretrizes ou optaram por outras alternativas disponíveis no serviço.

Max Também Está de Olho

Além da Disney e da Netflix, a Max (anteriormente conhecida como HBO Max) também informou que está analisando maneiras de limitar o compartilhamento de senhas. Contudo, até agora, a empresa não revelou informações sobre como ou quando essa iniciativa será colocada em prática.

Reflexos para o Futuro do Streaming

As grandes plataformas de streaming estão buscando formas de aumentar sua receita em um cenário competitivo e desafiador. Com a repressão ao compartilhamento de contas, a Disney+ espera converter usuários compartilhados em assinantes pagantes, fortalecendo suas finanças em longo prazo. No entanto, os assinantes brasileiros ainda podem aproveitar a flexibilidade oferecida pelo serviço, ao menos por enquanto.

A decisão da Disney+ de limitar o compartilhamento de senhas reflete uma mudança significativa no mercado de streaming. Assim como a Netflix, que já havia implementado uma medida semelhante, a Disney enfrenta desafios financeiros e está buscando novas formas de rentabilizar sua base de usuários. O aumento dos custos de produção, aliado à pressão para manter uma oferta de conteúdo competitiva, levou as plataformas a adotar uma postura mais rígida em relação ao compartilhamento gratuito de contas.

Essa estratégia, no entanto, pode ter implicações profundas para a experiência do consumidor. Muitos usuários, especialmente em países com renda mais baixa, compartilham contas como forma de tornar o serviço mais acessível. Com a nova política, pode haver uma reação inicial de cancelamentos, como aconteceu com a Netflix, mas as evidências mostram que, mesmo após a implementação, a maioria dos assinantes acaba aceitando as novas regras ou migrando para planos que se ajustem melhor às suas necessidades financeiras. A Disney+, ao permitir a adição de membros extras, busca uma solução intermediária, cobrando uma taxa menor em vez de forçar cada usuário a pagar uma assinatura completa.

A longo prazo, essa abordagem pode se expandir para outras plataformas, como a Max, que já sinalizou a intenção de restringir o compartilhamento de senhas. Se essas medidas se consolidarem globalmente, o mercado de streaming poderá passar por uma reconfiguração, com mais usuários optando por assinar serviços de maneira individualizada ou buscar alternativas legais, como pacotes mais acessíveis, para continuar acessando seu conteúdo favorito. Isso representa um novo capítulo na evolução das plataformas de streaming, que buscam equilibrar inovação, acessibilidade e rentabilidade.

Otávio Elias

Especialista em Investimento – CEA Fundador do site Team Strategy programador por hobby e investidor por paixão.


Otávio Elias

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Especialista em Investimento - CEA Fundador do site Team Strategy programador por hobby e investidor por paixão.

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