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Déficit Primário de Junho Atinge R$ 40,9 Bilhões, Representando 2,44% do PIB em 12 Meses

De acordo com os dados fiscais mais recentes, o setor público consolidado registrou um déficit primário de R$ 40,9 bilhões em junho de 2024. Esse valor equivale a 2,44% do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos 12 meses. O número representa uma melhoria em relação ao déficit de R$ 48,9 bilhões registrado no mesmo mês do ano passado, conforme anunciado pelo Banco Central do Brasil nesta segunda-feira (29).

O déficit primário foi composto por um déficit de R$ 40,2 bilhões do Governo Central e um resultado negativo de R$ 1,7 bilhão das empresas estatais. Em contraste, os governos regionais apresentaram um superávit de R$ 1,1 bilhão em junho.

No acumulado dos últimos 12 meses, o déficit primário do setor público consolidado chegou a R$ 272,2 bilhões, correspondendo a 2,44% do PIB. Esse resultado é uma leve melhora em relação ao déficit de maio, que era de 2,52% do PIB.

Quando se incluem os juros nominais apropriados, o déficit nominal do setor público consolidado totalizou R$ 135,7 bilhões em junho. Em termos anuais, o déficit nominal alcançou R$ 1,108 trilhões, representando 9,92% do PIB. Esse valor é maior do que os R$ 1,061 trilhões (9,56% do PIB) registrados até maio de 2024.

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) subiu para 62,1% do PIB, atingindo R$ 6,9 trilhões em junho, com um aumento de 0,1 ponto percentual no mês. Este crescimento é atribuído a vários fatores: aumento dos juros nominais apropriados (+0,8 p.p.), aumento do déficit primário (+0,4 p.p.), desvalorização cambial de 6,1% (-0,7 p.p.) e variação do PIB nominal (-0,3 p.p.).

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) foi de 77,8% do PIB em junho, totalizando R$ 8,7 trilhões, o que representa um aumento de 1,1 ponto percentual em relação ao mês anterior.

Boletim Focus: Revisão das Projeções para IPCA e PIB em 2024 e 2025

O Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (29), mostrou que as expectativas para a inflação e o crescimento econômico no Brasil foram revisadas para cima. A previsão do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024 subiu de 4,05% para 4,10%, marcando a segunda semana consecutiva de alta. Para 2025, a estimativa aumentou de 3,90% para 3,96%. As previsões para 2026 e 2027 permaneceram inalteradas em 3,60% e 3,50%, respectivamente.

As expectativas para os preços administrados dentro do IPCA permaneceram estáveis, com 4,59% para 2024 e 3,90% para 2025. Para 2026 e 2027, as previsões continuaram em 3,50%.

No caso do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), as estimativas subiram de 3,49% para 3,52% em 2024 e de 3,95% para 4,00% em 2025. Para 2026 e 2027, as projeções foram ajustadas para 4,00% e mantidas em 3,70%, respectivamente.

A previsão para o PIB de 2024 passou de 2,15% para 2,19%. Para 2025, a estimativa foi ligeiramente reduzida de 1,95% para 1,94%. As projeções para 2026 e 2027 foram mantidas em 2,00%.

As expectativas para a taxa básica de juros (Selic) se mantiveram estáveis em 10,50% para 2024, 9,50% para 2025 e 9,00% para 2026 e 2027. A mediana das projeções para o dólar também se estabilizou em R$ 5,30 para 2024, com uma leve alta para R$ 5,25 em 2025 e 2026, e de R$ 5,21 para R$ 5,23 em 2027.

A previsão para o resultado primário em 2024 permaneceu em -0,70% do PIB pela quinta semana consecutiva. Para 2025, a projeção piorou de -0,67% para -0,70% do PIB. No entanto, para 2026, houve uma melhora, com a estimativa passando de -0,55% para -0,53% do PIB. Para 2027, a previsão foi ajustada de -0,41% para -0,31% do PIB.

As expectativas para a dívida líquida do setor público foram mantidas em 63,70% para 2024, 66,00% para 2025, 68,38% para 2026 e 70,20% para 2027. As previsões para o saldo da balança comercial em 2024 permaneceram em US$ 82 bilhões, enquanto para 2025 o saldo positivo previsto subiu de US$ 78 bilhões para US$ 78,5 bilhões. As previsões para 2026 e 2027 mantiveram-se em US$ 80 bilhões e US$ 80,11 bilhões, respectivamente.

Mercados Internacionais e Expectativas para a Política Monetária dos EUA

Os índices futuros dos EUA iniciaram a semana com alta, com o Dow Jones Futuro subindo 0,27%, o S&P 500 Futuro avançando 0,28% e o Nasdaq Futuro ganhando 0,45%. A atenção do mercado está voltada para a reunião do Federal Open Market Committee (FOMC) na quarta-feira (31), quando se espera que a taxa de juros seja mantida entre 5,25% e 5,5%. A expectativa é de que o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, traga mais detalhes sobre a política monetária e a visão econômica do banco central.

Recentemente, as apostas para um corte na taxa de juros em setembro cresceram, com uma probabilidade de 87,7%, segundo o CME Group. A semana também será marcada pela divulgação de dados de emprego nos EUA, incluindo o Relatório JOLTs de ofertas de emprego na terça-feira, a Pesquisa ADP de variação de empregos privados na quarta-feira e o Relatório de payroll na sexta-feira, que projeta a criação de 175 mil postos de trabalho.

Os resultados das grandes empresas, como Apple, Amazon e Microsoft, também serão monitorados com atenção após uma temporada de balanços que começou abaixo das expectativas.

Desempenho dos Mercados Internacionais

Na Ásia, os mercados fecharam em alta, com o Nikkei avançando 2,13% e o Hang Seng subindo 1,28%, impulsionados pela expectativa de cortes de juros nos EUA. Na Europa, os mercados também apresentaram ganhos, com o FTSE 100 subindo 0,91% e o DAX avançando 0,26%.

Commodities e Bitcoin

O preço do petróleo WTI caiu 0,35%, para US$ 76,89 por barril, enquanto o Brent recuou 0,27%, para US$ 80,91 por barril. O minério de ferro teve uma leve alta de 0,06% na bolsa de Dalian, atingindo 780,50 iuanes (US$ 107,55). O Bitcoin valorizou-se em 1,88%, sendo negociado a US$ 69.445,84.

Otávio Elias

Graduando em Ciências Econômicas e Formado em Sistemas de Informação pela Universidade Federal de Ouro Preto, estou sempre estudando e compartilhando conhecimentos através da escrita. Fundador do blog Team Strategy possuo 11 anos de experiência no setor bancário e investidor por paixão.

Otávio Elias

Especialista em Investimento - CEA Fundador do site Team Strategy, programador por hobby e investidor por paixão. Formado em Sistemas de Informação e atualmente cursando Ciências Econômicas.