O horário de verão, uma prática antiga e controversa no Brasil, está prestes a voltar ao debate público em 2024. Após sua suspensão em 2019 pelo governo de Jair Bolsonaro, a medida pode ser retomada, pois o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou sua volta. Agora, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem a decisão em mãos. Esta possível retomada tem despertado curiosidade, especialmente sobre o impacto energético e econômico que a medida pode trazer.
O que é o Horário de Verão?
O horário de verão consiste em adiantar os relógios em uma hora durante os meses mais quentes do ano, geralmente entre outubro e fevereiro. A prática tem como principal objetivo aproveitar melhor a luz solar, reduzindo o uso de energia elétrica nos horários de pico, entre o final da tarde e o início da noite. Essa medida é amplamente adotada em países de regiões mais distantes da linha do Equador, onde a variação na duração dos dias entre as estações é mais acentuada.
No Brasil, o horário de verão foi introduzido em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas, e passou a ser implementado anualmente a partir de 1985. Em 2008, foi decretado como uma prática permanente durante os meses de outubro a fevereiro. No entanto, em 2019, o governo de Bolsonaro decidiu suspendê-lo, alegando que o impacto econômico da medida não era mais significativo devido às mudanças no perfil de consumo de energia elétrica da população brasileira.
A Possibilidade de Retorno em 2024
Recentemente, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou estudos que sugerem que a volta do horário de verão pode ser benéfica, especialmente para as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, que enfrentam maior demanda energética nos meses mais quentes do ano. De acordo com os dados, a medida poderia resultar em uma redução de até 2,9% na demanda máxima noturna, o que representaria uma economia significativa, especialmente na diminuição da necessidade de acionamento de usinas térmicas, que são mais caras e poluentes.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que o retorno do horário de verão pode trazer mais segurança ao sistema elétrico brasileiro, diluindo o pico de consumo no início da noite e proporcionando uma folga ao sistema. Segundo o ministro, a decisão deve ser técnica e baseada em dados científicos, e uma resposta do governo é esperada nos próximos dias.
Vantagens e Desvantagens
Um dos principais benefícios do horário de verão é a economia de energia, especialmente durante os horários de pico. Ao adiantar os relógios, é possível aproveitar melhor a luz solar no final da tarde, o que reduz a necessidade de iluminação artificial. Essa redução no consumo de energia também pode aliviar o sistema elétrico, evitando a sobrecarga das redes e a necessidade de acionamento de usinas térmicas.
No entanto, a medida tem suas críticas. Muitos especialistas argumentam que, com as mudanças no perfil de consumo de energia, a economia proporcionada pelo horário de verão não é tão significativa quanto era no passado. Além disso, a mudança de horário pode causar desconforto à população, afetando o sono e a produtividade de algumas pessoas, especialmente nos primeiros dias após a implementação da medida.
O Que Esperar para 2024?
Se a decisão final do governo for pela retomada do horário de verão, a mudança dos relógios pode ocorrer já no início de novembro, conforme tradicionalmente acontecia. A expectativa é que a medida traga benefícios econômicos e ambientais, aliviando a demanda energética nos horários de pico e contribuindo para uma maior segurança no sistema elétrico.
Enquanto o debate sobre o horário de verão continua, o governo brasileiro avalia cuidadosamente os dados e recomendações técnicas para tomar a melhor decisão para o país. Com um cenário energético desafiador e uma crescente preocupação com a sustentabilidade, a volta do horário de verão pode ser uma solução viável para 2024.
0 comentário