Selic Hoje a 12,25%: Entenda os Motivos e Impactos

A Selic hoje está em 12,25%, um patamar que não víamos desde o ano passado. O aumento de 1 ponto percentual (p.p.) na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) realizada na última quarta 11/12 mostra que o ciclo de aperto monetário está longe de terminar. Mas por que a Selic está tão alta? E o que isso significa para a economia brasileira? Vamos entender.

Por Que a Selic Hoje Está em 12,25%?

Leia mais: A Teoria Econômica de Keynes: Fundamentos Essenciais para Estudantes de Economia

Na última reunião do Copom, a decisão foi de aumentar a Selic de 11,25% para 12,25%. Essa medida tem como objetivo principal controlar a inflação, que está acima do teto da meta estabelecida pelo governo.

Inflação Acima do Teto da Meta

Um dos principais motivos para a alta da Selic hoje é a inflação. Em novembro, o IPCA subiu 0,39%, acumulando 4,87% nos últimos 12 meses. Além disso, o Boletim Focus desta semana elevou a estimativa do IPCA para 2024, de 4,71% para 4,84%. Esses números mostram que o governo está tendo dificuldades para controlar a inflação.

A inflação elevada diminui o poder de compra da população e aumenta os custos das empresas, o que pode levar a um ciclo de aumento de preços. Para conter esse problema, o Banco Central eleva a Selic, tornando o crédito mais caro e reduzindo o consumo.

Fontes:

• Banco Central do Brasil
• Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Desequilíbrio Fiscal do Brasil

Outro fator que pressiona a Selic é o desequilíbrio fiscal. Recentemente, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um pacote fiscal que visa cortar mais de R$ 70 bilhões em gastos públicos até 2026. Apesar disso, o mercado ainda vê essas medidas como insuficientes para equilibrar as contas públicas.

Entendenda o Pacote Fiscal do Governo: PEC do Corte de Gastos: O que muda para o Brasil?

O desequilíbrio fiscal aumenta a dívida pública e a necessidade de financiamento, o que pode levar a uma desvalorização da moeda e a um aumento nos preços internos.

Desvalorização do Câmbio (Real x Dólar)

A cotação do dólar ultrapassou os R$ 6,00, o que afeta diretamente os preços no Brasil. Com o dólar mais caro, os produtos importados ficam mais caros, e os investidores optam por não colocar recursos no país, pressionando ainda mais a cotação do Real x Dólar e desvalorizando a nossa moeda.

A desvalorização cambial aumenta o custo das importações e pressiona a inflação, o que leva o Banco Central a aumentar a Selic para atrair investimentos e tentar estabilizar a economia.

Impactos da Alta da Selic na Economia

Crédito e Financiamentos

Com a Selic hoje em 12,25%, os juros dos empréstimos e financiamentos aumentam, tornando o crédito mais caro para consumidores e empresas. Isso pode reduzir o consumo e os investimentos, impactando negativamente o crescimento econômico.

Investimentos

A alta da Selic pode tornar os investimentos em renda fixa mais atrativos, já que eles oferecem maior retorno. No entanto, investimentos em renda variável, como ações, podem sofrer com a aversão ao risco e a fuga de capitais para ativos mais seguros.

Leia mais: Aprenda a Investir em Ações em 10 Minutos

Consumo e Inflação

O aumento dos juros tende a diminuir o consumo, já que o crédito fica mais caro e as pessoas preferem poupar em vez de gastar. Isso pode ajudar a controlar a inflação, mas também pode levar a uma desaceleração econômica.

O Que Esperar do Futuro?

A expectativa é que o ciclo de alta da Selic continue até que a inflação esteja sob controle e a economia estabilizada. O cenário internacional, o controle dos gastos públicos e a recuperação econômica pós-pandemia serão fatores determinantes para as futuras decisões do Copom.

Fontes:

• Banco Central do Brasil
• Economia Estadão

Desafios para controlar a inflação

A alta da Selic para 12,25% reflete os desafios enfrentados pelo Brasil em controlar a inflação, equilibrar as contas públicas e estabilizar o câmbio. Com o cenário econômico ainda incerto, é crucial acompanhar as medidas do governo e do Banco Central para entender os rumos da economia brasileira.

---